Exibicionismo - (Data:02-04-2012)

A gente lê e ouve por aí, coisas que não dá para entender. Ou dá? Dá sim. A Umbanda para alguns é uma religião mística, misteriosa, com forças ocultas, fascinante. Por isso, muitos leigos se empolgam ao entrar nela. Vislumbram um futuro de sabedoria e poder, se a praticarem. Desenvolvem a mediunidade, a jato, nem conhecendo direito os guias que os assistem, e montam terreiros. Ficam fanáticos, paranoicos, deslumbrados, ou servem de fantoche a entidades zombeteiras. Há quem goste de aparecer, de contar vantagens. E lá vem as consequências.                                                                                        
Já lemos e ouvimos contar que um pai-de-santo tira de obsediado, oitenta Exus, num só dia ! Vai ter força assim na casa do chapéu ! E a vitima, então?  Um só já esculhamba a vida do coitado, calculem oitenta exus de uma só vez ! É muito vampiro para pouco sangue... 
O outro diz que incorpora, atentem bem, o espirito de Francisco de Assis e até já ouvimos gente dizendo que incorpora Jesus Cristo... Mas é de lascar !  Imaginem o mestre Oxalá “baixando” em médium, cujo procedimento deixa muito a desejar, isento de virtudes e ... até mentiroso... 
Jesus é anjo planetário ou talvez até dirigente de sistema solar. Sua vibração altíssima não lhe permite baixar em médiuns de baixa potência vibratória e ainda por cima, manchado de pecados. Ele não precisa incorporar-se nem sua frequência e própria para tal, por encontrar-se em outra dimensão mais sutil. Mas, leiam esta outra.                          
Certa pessoa contou-nos que, visitando uma tenda, viu uma entidade manifestar-se em um médium, relinchando e pedindo capim. Ao lhe perguntarem quem era, respondeu ser o cavalo branco que Ogum monta...Ah! Essa eu não aguento. É demais!                               
E querem ser sabichões e entendidos em mirongas. Se você perguntar a essas pessoas, de que cor são as meias que o Exu usa, eles até brigam entre si. Uns afirmam que são pretas, outras teimam que são vermelhas...                                                                            
As vezes, em comentários jocosos e humorísticos damos “umas botinadas” de leve, sem, contudo, procurarmos acertar quem quer que seja. Não podemos ficar alheios a certas aberrações, raras, felizmente, mas que depõem contra o nosso conceito, que denigrem nosso culto sério e logico. Precisamos conscientizar-nos de que há fantasistas imiscuindo-se em nosso meio, isto é, pessoas prendendo-se ao fanatismo religioso e culminando por perder o senso do ridículo, prejudiciais tanto à Umbanda, como a nossos irmãos que as procuram, necessitados de um atendimento honesto, caritativo e não para perderem o tempo e a fé, que ainda lhes restam, esperando alguma coisa de quem nada tem para dar. Também ele, os imaginosos, se não mentirosos, devem entender que necessitam, pelo menos, saber o tipo de guia, a que dão passividade, a fim de não sofrerem decepções mais tarde, nem se empolgando pelo nosso culto, que é puro, singelo e real, tendo por base a humildade, o amor e a caridade, nunca o exibicionismo, a mentira, que fazem parte do orgulho e da vaidade pessoal.
Glossário                                                                                                                          
Imiscuindo-se: metendo-se onde não lhe diz respeito

Texto retirado do livro Conheça a Umbanda – Autor: J. Edson Orphanake

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